quinta-feira, 4 de abril de 2019

Serra da Canastra viagem Solo

          Tudo preparado, para esta viagem a muito tempo sonhada. Sai de casa as 9:00hs mas primeiro fui deixar minha filha no serviço, entrei na rod. Anchieta era 9:30hs,










 destino Delfinópolis-MG, foram um pouco mais de 500km sem muita novidades paradas para esticar as pernas, comer alguma coisa e desfrutar da viagem, as estradas muito boas pedagiadas, mas no estado de São Paulo não é cobrado para motos, em Minas passei por um pedagio em Cassia onde paguei R$ 2,70. enfim em Delfinópolis atravessei a balsa e fui procurar um local para acampar.







Nesta primeira noite fiz acampamento Selvagem, só ouvindo o barulho de uma cachoeira próxima, os grilos e uma paz enorme, o céu estava um pouco nublado mas mesmo assim dava para ver a lua.

Acordei cedo, levantei acampamento, passei na cidade, tomei um café e abasteci a moto (neste trajeto a branquela fez uma média de 29km/l) e parti para conhecer algumas cachoeiras, entrei nas estradinhas de terra aí tive que muchar os pneus pois  havia muito areião, mas a moto foi bem tranquila.
Entrei no vale da Gurita e passei por uma cachoeira, que não descobri o nome , mas muito bonita,


depois de me refrescar em suas águas, segui para a cachoeira da maria concebida, segui as placas e fui passar por uma ponte bem show parecia que ia cair em algum momento, mas valeu a pena fiz uma caminhada de + ou - 1500mts tranquila ai chega-se no sitio da dona Maria Concebida, uma senhora muito simpática e conversadeira, fui ver as cachoeiras, muito lindas, águas cristalinas e gelada, na 1ª tem uma bica que sai água à uns 32° (segundo a dn. Maria) , uma delícia, voltei e perguntei a dona Maria se havia outro modo de se chegar lá, pois havia visto na internet, que atravessaria um rio e eu não havia visto, ela informou que tinha, e me deu as dicas, fui lá pois queria muito passar com a moto por dentro do rio, quando cheguei para atravessar, reconheci o lugar pelos videos do youtube, só que devido as chuvas de março, estava intransponível.






voltei para a estrada e meu destino era a cachoeira do ouro, só que que peguei uma estrada errada 

e sai numa serra com uma altíssima dificuldade para ultrapassa-la,


            muito difícil mesmo, fiquei preocupado pois não cruzava com ninguém fazia muito tempo, em um certo ponto em uma subida muito íngreme, a moto tombou e acabei ficando embaixo dela, a minha sorte é que coloquei protetor de carenagem nela e estava com os alforges e então tive espaço para as pernas e não me machuquei, só que tive muita dificuldade para levanta-la, pois estava muito pesada, tive que tirar a mochila que estava amarrada, a barraca, e o baú traseiro, só deixei os alforges
 pois ficou muito dificil de tira-los,



 depois de várias tentativas, pois escorregava muito consegui por ela de pé, deixei as bagagens ali mesmo e terminei a subida com a moto, depois desci a pé para pegar as bagagens, suei bastante, tava bastante calor (acho que estava uma temperatura próximo aos 30° ) aí no topo da serra, tive a recompensa, um lugar muito lindo parecia que estava sozinho no mundo, só eu e a natureza, parei ali mesmo para fazer meu almoço. 
depois de andar por muito tempo sem ver uma alma viva, cheguei no Condomínio de Pedra, são formações rochosas calcárias, que parecem com prédios, lugar maravilhoso para contemplação, acho que a milhares de anos atrás, ali foi um rio, pois o terreno era de uma areia muito fina e branca parecia praia,  muita dificuldade para passar com a moto carregada, ali encontrei dois senhores que me disseram que pela estrada por onde vim, nem Deus passa lá, ela é extremamente deserta, só de vez em quando passam motoqueiros fazendo trilha, com motos apropriadas,





então não aconselho ninguém a fazer este trajeto sozinho, eu tive muita sorte de que Deus resolveu passar por ali este dia (amém) e minha branquela foi guerreira.











Enfim, com ajuda de Deus, consegui chegar na BR-464                                                                         

                                                (isto aqui é uma estrada federal !!!!)

então agora rumo à São João Batista do Glória ( 60 km de BR de terra), cheguei por volta das 17:00hs e como estava muito cansado preferi ficar em um hotel, (muito bom, apenas 60 reais, tudo novinho e limpinho)
Acordei cedo, revigorado, tomei um belo cafe da manhã, lubrifiquei a corrente da moto, reorganizei as bagagens na moto, e vamos conhecer a parte baixa da serra da canastra,

queria chegar neste dia até São Roque de Minas.
E vamos nós pelas estradas de terra, a serra da Canastra compreende uma parte que é parque nacional (+ ou - 1/3 da serra) que é área de proteção e o restante trata-se de áreas particulares, então toda esta parte baixa é de áreas particulares, ai voce passa por dentro de fazendas, pastos, e tem que pagar para visitar a maioria das cachoeiras nesta parte,

mas vamos ao passeio, atravessei corrégos passei por paisagens maravilhosas, subi serras, um lugar extraordinário, tem lugares que parece que voce está em outro pais, parece um pouco medieval.
atravessei o vale da Babilônia, subi a serra calçada, a serra branca (um subida muito difícil, aconselho a só subir se for de carro 4X4 ou moto trail, mas quando você chega ao topo é amplamente recompensado pela paisagem)







cheguei na entrada na portaria 4 do parque (onde paga-se R$ 10,00 para entrar)  onde dá acesso à parte baixa da Cachoeira Casca D'Anta, a primeira  e maior queda do rio São Francisco com 186m de altura, que nasce dentro do parque e deságua no litoral nordestino ( no dia seguinte fui até a nascente), passei varias horas admirando a queda, que estava magnífica devido ao volume de água, depois tomei banho no rio.


Saindo da cachoeira rumei para Vargem Bonita (1ª cidade banhada pelo Rio São Francisco) onde almocei 

 e depois fui para São Roque, onde cheguei e fui procurar um camping, depois de instalado fui até a cidade procurar um jeito de me comunicar com a família, pois minha operadora aqui, não pega nem gripe, por fim consegui usar o wifi de uma padaria.


No domingo, acordei cedo e  tomei cafe com o famoso queijo da canastra, feito pelos proprietários do camping, e levantei acampamento, queria visitar a parte alta da serra (no parque tem varios lugares para conhecer,e várias cachoeiras) por aqui se tem acesso a portaria 1 do parque( também paga-se R$ 10,00 para entrar, mas tem-se acesso a várias cachoeiras sem pagar)
e lá fomos nós, eu a branquela e Deus nos guiando e protegendo, várias subidas íngremes, valetas, atoleiros e enfim cheguei a nascente do rio São Francisco, depois de várias fotos mas estradas e trilhas e cheguei no Curral de Pedras, devido a neblina pois era cedo e havia chovido à noite, o local parecia paisagens do filme Hobbits, bem medieval devido a formação e arrumação das pedras,  ai rumei para conhecer a parte alta da cachoeira Casca D'Anta, mas quando cheguei, havia muita nebrina que cobria quase tudo então decidi ir para a cidade, almoçar  e voltar mais tarde, na volta, de novo, muita ribanceira, cascalho, areião, barro, atoleiro, que exigiu muita perícia para conduzir a moto.













Em São Roque, voltei a padaria e me comuniquei novamente com a família, minha esposa falou que surgiram alguns problemas em casa, então resolvi voltar e deixaria a visita com mais calma para uma outra oportunidade
Na volta passei pela cidade de Capitólio que achei muito bonita, um lugar para uma próxima trip, vim para casa tranquilo, parado algumas vezes para abastecer, esticar as pernas e comer alguma coisa. Chegando próximo a cidade de Aguai-SP, o céu caiu em forma de tempestade, eu já havia visto as nuvens de tempestade e já tinha colocado a capa de chuva, então reduzi a velocidade e continuei após passar por Campinas-SP, a chuva parou e eu segui direto para casa.
Cheguei em casa são e salvo, graças a proteção de Deus, cansado, mas revigorado e ansioso por uma nova aventura e se for possível, novamente visitar a serra da Canastra.
Foram rodados em torno de 1500 km, destes uns 300 foram de fora de estrada,  a moto não apresentou nenhum problema, nem precisou esticar a corrente, só uma boa lavagem para tirar todo o barro, na volta foram mais ou menos 600 km onde saí de São Roque as 13:30hs e cheguei em casa um pouco antes das 21:00, dizem que o banco da Ténéré 250 dói muito, mas não senti muito não, acho que por estar sózinho, conseguia me apoiar nas pedaleiras do protetor de carenagem e esticava as pernas, ela fez na volta uma média de 29 km/l, uma ótima moto e até a próxima.